Encostado ao muro das lamentações
Na perspectiva da queda de ilusões,
Não sou eu que as digo
Não sou eu que as faço
Mas sou eu que as ultrapasso.
Porque hoje e só hoje
Quem me dera ser palhaço,
Ter o dom da palavra
Sem precisar quebrar o laço.
Nas vezes em que me sentia mais fraco
Até parecia que passavas lá,
Mas ao fim do dia
Tão-pouco podia pronunciar olá.
Dizer olá depois de ouvir um adeus?
Essa ampla humilhação
Nunca mais será vista por estas esquivas terras,
Abandonada está,
Tal como o actor deste intenso monólogo.
Tanta ousadia,
Deu asas a quem já nem pelas próprias pernas caminhava,
Fez meditar mais que duas vezes quem afinal estaria a perder,
Fez imaginar que por fim a realidade também sonha.
Este é o sentimento penetrante
Que me cobre de inspiração,
Mas ainda assim, não consigo dizer
Até mais não.
11/01/2011
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