quarta-feira, 25 de maio de 2011

Imersão Fatal

Fatalidade,
Será ingenuidade?
Não, não… É mais falta de credibilidade,
Falta sinceridade
Para chegar à tal felicidade.
E a nossa serenidade?
Amor, carinho e fraternidade,
Teimam em virar falsidade.
Prazer… Vontade…
Quase sempre é quase nada,
Quase nunca é quase tudo,
E quase que por um fio
Quase chega a ser o meu mundo.
Essas plateias,
São estilo prisões desventradas de preconceito,
Mas eu não aceito
Quem nelas escarnece sem preceito,
Perfeito? Jamais!
Mas ainda assim estou satisfeito,
De alguma forma virei a ser o eleito,
Ou não fosse eu este sujeito,
Se não gozasses tu de tanto jeito
Talvez eu vertesse para suspeito.
É certo que engrandeci neste jardim
E surgi para ser assim,
Embora ainda me esconda no minúsculo camarim,
Será por desconfiar o frenesim?
Nesta rima tudo tem um fim…
Quem pode amar por mim?

1 comentário:

  1. Fernando Pessoa obriga-me a ler e a voltar a lê-lo. Não apenas pelo gosto que nutro pela leitura mas porque na aparente complexidade existente na sua escrita ela é inspirada pela profundidade, pelas coisas grandiosamente minusculas, aquelas que nos obrigam a pensar porque ao acordarmos distraidos olhamos para a vida sem a vermos. Não consigo imaginar quantas vezes Fernando Pessoa entrou, divagou e saiu dentro de si debatendo-se e construindo incertezas se alguma vez , aquele que morava dentro dele se adaptaria ou caberia dentro deste pequeno mundo louco em que vivemos e onde temos a tendência de lhe adicionar mais loucuras. Talvez tenha sentido a esperança de que a multiplicação de si em personalidades diferentes, algumas delas se enquadrasse no ritual dos mortos vivos. A tua poesia, sempre que a leio, leva-me até Fernando Pessoa. Vivo na esperança que não percas esse teu modo de olhar o mundo e sentir mas que paralelamente construas uma estabilidade emocional que um dia possam fazer de ti um homem seguro sem deixares de ser aquilo que já és agora: honesto e humano.

    Com amor...

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