quinta-feira, 7 de julho de 2011

Pontos Sem Ponta

As palavras que tenho para declamar
Perdem-se sempre antes da tua chegada,
Porque tudo o que diga,
E Tudo o que faça,
Talvez nos teus olhos
Não passe apenas de uma farsa.
Mais complicado que esta entrada
É nada.

O medo não é um receio para ti
Nem para tudo que compreendas,
Mas não consigo entender,
O que mais está para acontecer?
O meu remetente é o saudoso anoitecer,
E de algum modo
Ele nunca se irá esquecer,
Da leve sombra
Que quiçá, somente eu consiga ver.

Já não sei o que esperar de ti,
Não sei o porquê de ter que ser assim,
Dúvidas sussurram os sentidos,
Cintilando na ténue teia de mil entrelinhas.
Por ti? Por que não por mim?
A única coisa por que vale a pena chorar,
É nada.

Pedaços que queria ver de ti
Foram e nunca mais voltaram,
Agora tudo o que importa,
É nada.
As expressões que tinha para te dar
Partiram e nunca mais voltarão,
Tudo o que quero ouvir hoje,
É nada.

Não há palavras para retratar a dor
Que amortece o coração,
Enfeitiçado pela maldição,
Escorraçado pela devoção,
Que em cada esquina observa a razão
Sem nunca conseguir obter compreensão.

Apenas posso contar
Que eles não voltarão,
Tudo foi em vão?
A única coisa que vale a pena,
É nada.

Pela honra e pela história,
Pela crueldade que me olha,
Porque ainda estamos nós aqui?
E para onde iremos nós?
A única coisa que vale a pena hoje,
É nada...
E a única coisa que me fará voltar amanhã,
É nada.

1 comentário:

  1. Nunca um nada, compreendeu tanto, nunca uma riqueza foi tão repleta de nada.

    Uma ideia adjacente às virtudes que só existem com o tudo o que se transmite, sem descarrilar do essencial: a objectividade que só o objeto, poderá decifrar.

    Gostei deste nada, que tanto diz aqueles que têm tanto para dar, mesmo quando esse nada poderá ao mesmo tempo ser o príncipio e o fim de algo que nunca acaba.

    Eduardo.

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