terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Realidade Encomendada

Impacientemente
Envolvido na verdade,
Perduro persistente
Enquanto a multidão palpita sem finalidade,
Efeito inócuo
Que só provoca imunidade.

Voltámos aos carrascos,
Saqueiam meio mundo
Continuam resguardados,
Imperturbados,
Enquanto uns trajam arman*,
Outros envergam farrapos.

Testemunha calada,
Prova adulterada,
Factos e realidades
Já parecem ser nada,
"Mata o eloquente,
Alimenta o indecente"
Palavras dos mestres
que iludem eficazmente.

Censuram a qualidade,
Patrocinam a insanidade,
Começo a ficar farto de tamanha falsidade.
O crime compensa,
Está na moda a violência,
Até os mestres da nação já nadam em delinquência.

Dois terços na decadência,
Milhões de impaciência,
E os energúmenos falam-nos de clemência?
"É preciso ter consciência,
Clarividência,"
Proferem tudo isto
Mas já só vejo crimes sem sentença.

Se isto for certo
Já nada pode ser errado,
Continuo no caminho
Mas dizem que ando descontrolado.
Por não me vender por "galardões"?
Prefiro passar fome
Que ser ração para passarões.

Não é hora de discussões,
Nem de lamentações,
É tempo de agir
E tomar-mos posições.

Farto de não ver o fim da história...
...Pois já não há memória.